Surgido como um movimento considerado "ilícito" por muitos,
encabeçado por adolescentes que deixavam sua marca em vagões de metro e
fachadas de prédios, o graffiti explodiu em Nova York nos anos 1970.
Uma década depois, esses jovens artistas eram cobiçados por galerias
comerciais e coleccionadores.
Essa trajectória é o tema da mostra "City as Canvas: Graffiti Art from
the Martin Wong Collection", em cartaz até 24 de Agosto no Museum of the
City of New York.
Wong, morto em 1999, começou a coleccionar as obras quando ainda eram
consideradas poluição visual por muitos. Em 1994, doou sua colecção ao museu em
Nova York.
"Hoje a arte em graffiti é amplamente valorizada, mas muitos questionavam
seus méritos durante o desenvolvimento do movimento nos anos 1970", diz a directora
do museu, Susan Henshaw Jones.
Ela lembra que ainda hoje o graffiti desperta reacções apaixonadas em Nova
York, tanto positivas quanto negativas, ao mesmo tempo em que continua
fascinando moradores e turistas.
Fenómeno mundial
A história do movimento e de como passou de "vandalismo" a arte
valorizada é contada por meio de 150 obras de nomes como CEY (Cey Adams), DAZE
(Chris Ellis), FUTURA 2000 (Leonard McGurr), Keith Haring, LADY PINK (Sandra
Fabara), LEE (Lee Quiñones) e vários outros.
Muitas das obras originais são mostradas por meio de fotografias da época,
já que quase nada sobreviveu, principalmente depois de uma campanha da ministério
publico para "limpar" a cidade no fim dos anos 1980.
Mas há também trabalhos posteriores desses artistas, quando passaram a
pintar sobre tela, papel e outros materiais, por encomenda de galerias que
começavam a reconhecer seu valor artístico e cultural.
Estão expostos também diversos "black books", espécie de
portfólio dos artistas, cadernos onde faziam esboços e compartilhavam estilos e
ideias com outros graffiters.
"A exposição oferece uma janela para as origens do movimento do
graffiti, que começou como actividade ilícita e evoluiu para uma forma de arte
que desencadeou um fenómeno mundial", diz o curador, Sean Corcoran.
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